Rio ganha placas com nomes marcantes de lugares e personagens gays

Para honrar ainda mais o título de cidade gay friendly, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura, em parceria com a Coordenadoria Executiva da Diversidade Sexual (Ceds) e o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, lançou em 28 de junho de 2021 (Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+) o Patrimônio Cultural Carioca do Circuito da Diversidade. O roteiro é sinalizado por uma série de placas contendo nomes de lugares ou personalidades gays que marcaram espaços da cidade com suas atuações.

“O Circuito é um projeto para homenagear e resgatar as histórias de pessoas e locais tão significativos para a nossa comunidade.  Pretendemos, com isso, ressaltar que a marca do Rio está na diversidade e que, para construirmos um futuro de igualdade, é fundamental conhecermos nossa história”, enfatiza Carlos Tufvesson, coordenador executivo da Ceds. Está prevista a instalação de novas placas, em homenagem, por exemplo, a Madame Satã, ao jornal Lampião da Esquina e à Casa Darling, antiga morada coletiva de pessoas trans. As três já inauguradas são:

  • Largo da Carioca. Ali funcionou a redação do jornal A Pátria (1920-1940), pertencente a João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto, o João do Rio, cujo centenário se completou em 2021. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), o maior cronista da cidade, que popularizou as reportagens de rua, era conhecido por transitar com desenvoltura tanto pelo basfond quanto pelos salões da alta sociedade.
  • Cabaret Casanova (Avenida Mem de Sá, 25, Centro). Aberto em 1937 sob a designação de Viena Budapeste, depois rebatizado com o nome que o eternizou, foi referência na noite LGBTQIA+. Em especial, devido às apresentações de ícones drags, como Laura de Vison e Meime dos Brilhos. No Casanova, fechado nos anos 2000, o legendário Madame Satã, a primeira travesti artista do país, registrou suas últimas incursões na Lapa boêmia.
  • Parque do Flamengo, altura da Rua Dois de Dezembro. Homenagem à criadora do Central Park brasileiro, Lota de Macedo Soares. Nos anos 60, durante o governo Lacerda, ela idealizou o monumental complexo de lazer de 1,2 milhão de m² – estendendo-se do Aeroporto Santos Dumont, no Centro, ao início da Praia de Botafogo, na Zona Sul. A relação da arquiteta autodidata com a poetisa norte-americana Elizabeth Bishop foi tema do filme “Flores raras”, de Bruno Barreto.