Um respiro na agitação da selva urbana

No alto da Gávea existe um paraíso verde de quase 500 mil metros quadrados: o Parque Natural Municipal da Cidade. Antiga propriedade do diplomata José Antônio Pimenta Bueno, o Marquês de São Vicente, no século XIX, tornou-se um bom lugar para ler um livro, conhecer um pouco da história do Rio, levar as crianças para gastar energia e até mesmo fazer um piquenique relax. Um respiro e tanto na agitação da selva urbana. E a entrada é 0800.

Parte do território passou por reflorestamento, mas ainda há muitos trechos nativos de Mata Atlântica – seu bioma característico –, em meio às montanhas circundantes. Afinal, um dos focos dessa Unidade de Conservação de Proteção Integral recai sobre a proteção e a recuperação dos ecossistemas locais, incentivando o desenvolvimento de programas de educação ambiental e pesquisa científica.

Além de árvores frutíferas, espécimes de orquídea, bromélia, pau-brasil, pau-mulato, jacarandá, pinheiro-do-paraná e palmácea, muitas identificadas por plaquinhas, podem ser facilmente avistadas nos gramados. O represamento de um córrego formou um bonito lago e uma pequena ilha. Para os mais animados, há trilhas até a Vista Chinesa ou ao Jardim Botânico. Em 2017, foi inaugurado o Circuito Circular do Parque da Cidade, um percurso com 2,6 quilômetros de extensão, integrante da Trilha Transcarioca.

Patrimônio cultural

O parque abriga o Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, uma edificação de 1809 e ex-residência de verão do Marquês de São Vicente, que recebeu a ilustre visita do imperador Pedro II. Seu último proprietário particular, o empresário Guilherme Guinle, que o adquiriu em 1928, vendeu o imóvel para a Prefeitura do então Distrito Federal em 1939 – não sem antes promover festanças no solar para a alta sociedade brasileira.

O catálogo reúne aproximadamente 24 mil peças de grande importância para a ex-capital do país, como o trono de Dom João VI, esculturas do Mestre Valentim, gravuras do pintor francês Jean-Baptiste Debret e do italiano Eliseu Visconti e fotografias de Marc Ferrez e Augusto Malta, além de acervos dos prefeitos Pereira Passos, Pedro Ernesto, Carlos Sampaio e César Maia. O museu guarda, também, um vasto arquivo bibliográfico, composto por livros, revistas, catálogos, anais e outras obras raras de referência em torno da história e da literatura do Rio, recolhidas em instituições públicas, leilões, aquisições e doações.

Se bater aquela fominha, dentro do parque funciona o Café Épico, a primeira torrefação artesanal de cafés especiais da cidade. Lá, é possível tomar desde uma frugal xicrinha do precioso líquido com um bolinho caseiro até, caso o apetite seja giga, um brunch completo. Servido durante o dia todo, o lanchão inclui sucos, iogurte, salada de frutas, omelete, porção de frios, bolo, pão de queijo, torradas, geleia, requeijão e manteiga.

 

Parque Natural Municipal da Cidade

Estrada Santa Marinha, 505 – Gávea
(21) 3111-3899