Museu reencena ações cotidianas, festivas e religiosas do Brasil profundo
Considerado o maior e mais significativo museu de arte popular do Brasil, ele cerrou os portões em março de 2020. É que os sucessivos alagamentos causados pelas fortes chuvas que castigavam sua sede, um bucólico sítio no Recreio dos Bandeirantes, ameaçavam seu inestimável acervo.
Mas, para nosso alívio, desde outubro de 2021, o valioso patrimônio do Museu do Pontal está a salvo em outro endereço, na Barra da Tijuca. A nova edificação – num terreno de 14 mil metros quadrados, sendo 10 mil de área verde, com paisagismo do escritório Burle Marx – foi viabilizada por um projeto de financiamento coletivo, que angariou doações de entidades, empresas e pessoas físicas.
Distribuídos por temáticas, retratando atividades cotidianas, festivas, religiosas e imaginárias, encontram-se esculturas, entalhes, bonecos, modelagens e mecanismos articulados, executados a partir de materiais como barro, madeira, tecido, ferro, alumínio, areia, arame e palha. Entre os exemplares, estão bonecos de Mestre Vitalino, Zé Cabloco e Manuel Eudócio, emulando cangaceiros, vaqueiros, noivos em trajes de casamento, integrantes de escolas de samba, entre outros tipos brasileiros.
Tanto Brasil
O museu – que se define em “Tanto Brasil num lugar só” – assume a missão de trabalhar pela memória e valorização da arte popular, através de atividades de pesquisa, preservação e divulgação de seu acervo. Segundo membros do International Council of Museums (ICOM), associado à Unesco, a instituição “não é apenas um museu completo de arte popular: pode ser considerado como um verdadeiro museu antropológico, único no país a permitir uma visão abrangente da vida e da cultura do brasileiro”.
A instituição promove, ainda, a exposição teatralizada do acervo envolvendo a participação de arte-educadores, com músicas de cancioneiros populares e textos de literatura de cordel, acompanhados por violão. A contação de histórias e o baú de brinquedos populares – fantoches, piões, ioiôs, petecas, bambolês, bilboquês, elásticos e cordas para pular e giz para riscar amarelinha – complementam a programação. A entrada no Museu é gratuita, mas há uma contribuição sugerida a quem puder apoiar seu programa educativo e a manutenção das instalações.
Museu do Pontal
Avenida Célia Ribeiro da Silva Mendes, 3.300 – Barra da Tijuca
Tel.: (21) 2490-2429