Chácara de recreio do segundo bispo do Rio foi retratada por Debret

Escondida pelas árvores para quem passa no Elevado Paulo de Frontin, a Casa do Bispo é uma construção do início do século XVIII, atribuída ao engenheiro português José Fernandes Pinto Alpoim. A denominação atual vem da antiga função como chácara de recreio para o segundo bispo do Rio de Janeiro, Frei Francisco de São Jerônimo. Em 1765 a edificação foi adquirida por Francisco Xavier de Carvalho e doada ao sexto bispo, Frei Antônio do Desterro, que, por sua vez, legou-a ao bispado da cidade. Ali, instalou-se o Seminário São José, em 1873.

O local foi uma das mais belas e nobres residências rurais do país e mantém o encanto até hoje. O acesso ao pórtico se dá por escadaria com duas laterais, centrada na ampla fachada, que apresenta janelas, no primeiro pavimento, e sacadas, no segundo, em belo tom de azul. Grossas colunas formando arcos, junto a outros elementos arredondados, sustentam o teto. Ao redor do casarão, jambeiros carregados de frutos espalham suas folhas pelos jardins, que exibem um relógio de sol feito de pedra.

Documentada pelo pintor francês Jean-Baptiste Debret em seu livro de memórias, a edificação foi retratada ainda em inúmeras gravuras, telas e litografias no século XIX. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombou o imóvel em 1938, o que garantiu a sua conservação.

 

Casa do Bispo
Avenida Paulo de Frontin, 568 – Rio Comprido