Projeto prevê criação de centro de referência cultural dos povos indígenas

Símbolo de resistência da comunidade indígena na área urbana do Rio, a Aldeia Maracanã está localizada no prédio antigo do Museu do Índio, nas proximidades do Estádio Mário Filho. A edificação destoa em muito da paisagem do bairro. Assemelhada a um castelo, espelha, segundo parecer do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural, “um imponente exemplar da arquitetura eclética do início do século XX”.

O prédio fora doado em 1910 ao Serviço de Proteção aos Índios, órgão federal comandado pelo Marechal Rondon, no intuito de constituir um espaço de preservação da cultura indígena brasileira. Posteriormente, de 1953 a 1977, abrigou o Museu do Índio, criado por Darcy Ribeiro. Após essa data, com a transferência do acervo etnográfico do museu para sua atual sede em Botafogo, a construção ficou abandonada.

Até que, em 2006, o local foi ocupado por cerca de 20 índios de diversas etnias, que designaram o assentamento de Aldeia Maracanã. Eles reivindicavam espaços para albergar o grande contingente de indígenas residentes no perímetro urbano da cidade. Seis anos depois, o governo estadual, já de posse do imóvel, anunciou sua demolição, visando a construção de um estacionamento para os frequentadores do Maracanã durante a Copa do Mundo de 2014.

A proposta recebeu críticas de especialistas em patrimônio público e ganhou a adesão de entidades civis. Uma liminar travou o bota-abaixo – e o processo judicial corre até hoje. A luta das lideranças tradicionais é para que no nano território – onde vivem famílias de diferentes etnias – seja desenvolvido o projeto de criação do Centro de Referência da Cultura Viva dos Povos Indígenas.

 

Aldeia Maracanã

Rua Mata Machado, 126 – Maracanã