Trajeto era feito por D. Pedro II entre a Quinta da Boa Vista e a Fazenda Santa Cruz

O Caminho Imperial de Santa Cruz, conhecido também por Caminho dos Jesuítas, Caminho das Minas, Estrada Real de Santa Cruz e Estrada Imperial de Santa Cruz, conectava, nos séculos XVII e XVIII, a cidade do Rio de Janeiro ao sertão de Minas Gerais, por onde se escoava o ouro até Portugal. E sobrevive, ainda que com outros nomes, até hoje na Zona Oeste. Sem, praticamente, nenhum desvio de traçado, inicia-se no Largo da Cancela, no bairro de São Cristóvão – considerado à época o portão de entrada da cidade –, e corresponde a uma série de avenidas importantes, como Santa Cruz, Dom Hélder Câmara, Marechal Fontenelle, Ernani Cardoso, Cesário de Melo e a estrada Intendente Magalhães.

Nos primórdios, era a rota que os jesuítas utilizavam para chegar à próspera Fazenda Santa Cruz, por eles controlada. Ao advir a expulsão dos missionários, a propriedade passou às mãos do Império. Após a transformação do Rio em município da Corte, com a Independência do Brasil, em 1822, a estrada passou a ligar a Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão – onde residia Dom
Pedro II – à Fazenda, sendo percorrida frequentemente pelo imperador e sua família. Mais tarde, frente à expansão urbana, as terras foram sendo ocupadas pelas fábricas, que caracterizavam a região.

Até a inauguração da Avenida Brasil, em 1946, o Caminho constituiu o principal acesso rodoviário à capital federal. O trajeto era sinalizado por 11 marcos de pedra, os chamados Marcos Imperiais, que assinalavam as distâncias. Atualmente, subsistem apenas três deles: o marco seis, em Bangu; o sete, em Santíssimo; e o 11, em grande destaque no largo entre a Rua Felipe Cardoso e a Avenida Isabel, no centro de Santa Cruz. No pedestal com a placa indicativa do Caminho Imperial, há um bloco com uma inscrição remetendo a Dom Pedro II.

 

Caminho Imperial de Santa Cruz
Acesso pelos bairros de Santa Cruz e São Cristóvão