Templo do samba na Lapa expande e repagina seu território
Por lá, já passaram bambas do naipe de Moacyr Luz, Beth Carvalho, Wilson Moreira, Luiz Melodia, Walter Alfaiate, Tia Surica, entre tantos outros. Desde 2005 na Rua Joaquim Silva, na velha e boa Lapa, o Beco do Rato, que surgiu como um depósito de bebidas e se transformou numa das melhores casas de samba do Rio, expandiu suas instalações e repaginou o décor durante a tempestade do corona vírus.
Foi o preço do sucesso, que cansou de deixar muita gente de fora do butiquim (com “u” mesmo, segundo o letreiro na fachada) de resistência cultural. Antes com capacidade para 450 pessoas, o Beco, próximo à lendária Escadaria Selarón, consegue acolher agora quase o dobro de amantes do baticum, em razão do aluguel de um casarão vizinho.
Os ambientes são interligados: uma área interna climatizada, onde acontecem as rodas de samba, e outra externa, com bar e mesinhas – ambas totalmente cobertas e encadeadas a um espaço a céu aberto –, além de um novo recinto kids, em funcionamento aos domingos. Na decoração, painéis com desenhos que enaltecem a cultura popular, retratando mestres do samba e pontos característicos do Rio.
Cardápio carioca
Para fazer coro à intensa programação musical, de segunda a segunda, o pastel de angu (recheados de carne ou carne seca com catupiry) segue imbatível, ao lado do joelho de porco com batata calabresa, frango a passarinho desossado, filé aperitivo com torradas, sanduíche de linguiça com queijo e os suculentos caldinhos servidos no copo americano, como o Cura Doideira (caldo verde). Vale ainda citar, conforme o sócio Lúcio Pacheco, a introdução do Cardápio Carioca, especializado em quitutes consagrados na cidade – biscoito Globo, amendoim torrado e canudinho do sinal, entre eles.
Uma outra novidade é que, além dos almoços de domingo (feijoada completa, feijão tropeiro e baião de dois fazem o rodízio), as massas passaram a ter lugar na casa – e todos os dias –, incluindo as variações espaguete ao sugo e penne aos quatro queijos. Na sobremesa, petit gateau e crepe de nutella com morango, os dois acompanhados por sorvete de creme.
Para quem prefere algo mais inventivo a uma cervejinha gelada, o novo bar de drinques elenca os Clássicos do Samba, coquetéis a base de gim e batizados com nomes de músicas e de sambistas. É o caso do Amor Calmo (João Martins), que leva Tanqueray Flor de Sevilla, tônica, suco de maracujá e xarope de gengibre; e do Virada (Marina Iris), com gim Gordon’s, xarope de maçã verde, limão taiti e água tônica.
Beco do Rato
Rua Joaquim Silva, 11 – Lapa
Tel.: (21) 2508-5600