Uma epifania que espelha nossa herança colonial
No topo do monte tomado aos franceses por Estácio de Sá, ergue-se, majestosa, a Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, uma relíquia do século XVIII que conta muito sobre a nossa herança colonial. Fundada originariamente em 1739, é um baluarte da arquitetura barroca e rococó no Brasil, com seus azulejos azuis e brancos provenientes de Portugal.
A partir da chegada da Família Real, passou a ter fortes ligações com a nobreza, sendo palco de momentos solenes, como o batismo do imperador Dom Pedro II. Esse elo histórico não só elevou seu prestígio, como também a consolidou como um lugar de celebração da fé. Até hoje, a igreja – que exibe o brasão do império – celebra missas e eventos religiosos que atraem devotos de todas as partes do país.
Para chegar ao topo do outeiro, existem três opções, que variam em níveis de praticidade e esforço – mas todas com uma panorâmica magnífica da cidade. O Plano Inclinado, uma espécie de elevador, é a alternativa de subida mais confortável, indicado para pessoas com mobilidade reduzida e famílias com crianças. A tarifa simbólica desse sistema de transporte, mantido pela igreja, contribui para a preservação do local.
Já as escadarias, bem preservadas, são uma escolha intermediária, permitindo pausas para observar o entorno, que inclui vegetação nativa. Por fim, os mais aventureiros podem optar por subir a Ladeira da Glória, um percurso que remonta ao período colonial. Com um trecho íngreme, a Ladeira oferece uma caminhada curta, mas que exige disposição. Para muitos, essa lida fortalece a sensação de imersão histórica e cria um prelúdio especial para a epifania que os espera lá em cima.
Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro
Praça Nossa Senhora da Glória, 135 – Glória – (21) 2557-4600
www.outeirodagloria.org.br