Restaurante sem placa no canto da praia esconde altos pasteizinhos
A estradinha sinuosa que dá acesso ao local já é um passeio por si só, ao margear o infinito da imensidão azul. Da orla da Avenida Estado da Guanabara, o visual exuberante do Oceano Atlântico deixa antever o pequeno paraíso que se encontra ao final do Recreio dos Bandeirantes, entre Macumba e Grumari. Paineiras e figueiras povoam o caminho até a pequena faixa de areia branquinha, protegida pelo Maciço da Pedra Branca. As ondas, com três metros em média, fizeram dela o santuário dos surfistas, como atesta o campeoníssimo Rico de Souza.
“Por volta de 1968, aos 14 anos, fui um dos primeiros a pegar onda na Prainha com os meus amigos. As pranchas iam em cima de um jipe, numa verdadeira viagem, por caminhos de terra. Seguíamos pela Estrada do Pontal, atravessávamos o morro, mergulhávamos das pedras e remávamos para chegar à Prainha. Levávamos sanduíches e sucos – porque era um deserto, não existia comércio de espécie alguma – e ficávamos o dia inteiro. Diziam que lá existia um leprosário. Quando chegava em casa, escondido da minha mãe, eu tomava banho de álcool, pensando que realmente pudesse ter algum vírus. Mas tudo não passava de lenda urbana”, recorda o Embaixador do Surfe Brasileiro, condecorado pela Comissão Nacional de Atletas, e Cidadão Honorário da Cidade.
Hoje, a ambiência ainda de natureza selvagem nos faz esquecer que estamos a poucos quilômetros do agitado centro metropolitano. A balneabilidade é uma das melhores do Rio. Sede de vários torneios de surfe, ela representa a única praia da cidade a ostentar a Bandeira Azul, a mais importante certificação internacional de qualidade a áreas costeiras. Só há acesso de Surfbus (ônibus especial para surfistas e seus equipamentos, com saída do Largo do Machado) ou de carro. Por isso, recomenda-se chegar cedo nos finais de semana, quando o local costuma lotar, para conseguir vaga no estacionamento próximo.
Por integrar uma Área de Proteção Ambiental, a Prainha mantém a fauna e a flora locais bastante preservadas. Aproveite para conhecer seu Parque Municipal Ecológico, seguindo pela orla. Criado em 1999 e aberto diariamente, dispõe de diversas trilhas para boas caminhadas, inclusive com crianças, e um mirante que descortina uma vista incrível.
“Até hoje eu, que moro ao lado, continuo indo lá, onde estão minhas ondas prediletas na cidade”, afirma Rico – que mantém sua Escola de Surf no Posto 4 da Barra da Tijuca e na Macumba. Depois, ele gosta de passar no Quiosque Soul Prainha, com sucos, sanduíches naturais, ceviches e açaí. “Ou num restaurante muito legal e pouco conhecido, porque não tem placa, no canto direito da praia. Os pasteis são maravilhosos”. Quem sabe se, quando você for curtir todo esse paraíso, o embaixador não esteja realizando suas belas manobras nas águas? Imagine só fazer selfies e tirar uma onda com os brous no insta… Aloha!
Prainha
Avenida Estado da Guanabara
Final do Recreio dos Bandeirantes