Uma das principais rodas da Zona Norte divulga talentos desconhecidos há mais de 20 anos
Quem procura por um bom samba para curtir o final de semana tem um ponto certo no Rio de Janeiro: o Buraco do Galo, no bairro de Oswaldo Cruz. Criado há mais de duas décadas, o evento é organizado em um dos tradicionais redutos do ritmo musical na cidade, onde surgiram vários de seus expoentes, como Noca da Portela, Candeia, Manaceia, Natal, Argemiro, Tia Surica e tantos outros. Em todo primeiro sábado de cada mês, bambas anônimos e conhecidos do público se reúnem para tocar composições consagradas e inéditas.
O Buraco do Galo surgiu a partir da percepção de um grupo de músicos do subúrbio do Rio quanto à condição de inúmeros
deles, que viviam à parte do mercado fonográfico. Eles, então, resolveram se unir para realizar os encontros — como forma de buscar superar aquela realidade e aumentar a divulgação de suas obras —, que receberam a adesão de muitos sambistas
da região.
O projeto, ao assumir a incumbência de propiciar a visibilidade de autores de sambas anônimos, por intermédio da cotização financeira entre os integrantes da empreitada, destaca-se como iniciativa coletiva cultural de valorização do samba — despertando, consequentemente, um profundo sentimento de autoestima nos artistas — na cena carioca.
Durante o evento, os participantes podem conhecer ainda um pouco mais sobre a história do samba local, por meio de documentários exibidos em um telão, no chamado Cine Buraco do Galo. Debates acerca de etnias e assuntos correlacionados também fazem parte da programação.
Buraco do Galo
Todo primeiro sábado do mês, a partir das 20h
Rua Dona Vicência, 97 – Oswaldo Cruz