Escultura e painel a óleo reverenciam Pixinguinha na Travessa do Ouvidor
Um pequeno caminho fechado para carros no Centro do Rio guarda muitas memórias da vida cultural da cidade. A Travessa do Ouvidor teve entre os seus ilustres frequentadores Alfredo da Rocha Vianna Filho, o notável Pixinguinha, grande instrumentista, compositor e arranjador, nascido no bairro da Piedade. O autor do clássico “Carinhoso” está imortalizado na ruela, em uma estátua e um painel a óleo que relembra a Wiskeria Gouveia, estabelecimento que foi ponto de encontro da boemia carioca e era conhecido como Escritório de Pixinguinha.
O painel mostra um encontro hipotético do mestre dos sopros com outros bambas da MPB, como Tom Jobim, Nelson Sargento, Paulo Moura, Braguinha e Noel Rosa, onde ficava a wiskeria. Logo em frente, surge a estátua em bronze de Pixinguinha tocando saxofone. A escultura em tamanho real é de autoria de Otto Dumovich, que já modelou em metal diversos personagens brasileiros, entre eles Dorival Caymmi, Manuel Bandeira e Cartola.
A Travessa do Ouvidor foi aberta no início do século XVIII, tendo sido chamada de Rua Nova do Ouvidor, Rua do Padre Duarte, Rua das Flores e até, por curto período, Travessa Cabo Roque, em homenagem a um suposto herói da Guerra de Canudos. A passagem de pedestres é transversal à Rua do Ouvidor, berço da atividade tipográfica e das primeiras livrarias nacionais. Escritores, cronistas e jornalistas lá se encontravam para ler jornal, tomar café, confabular e, claro, buscar inspiração para criar novos textos.
Escritório de Pixinguinha
Travessa do Ouvidor, em frente
ao número 27 – Centro
Entre as Ruas do Ouvidor e Sete de Setembro