O fervilhante palco das gostosuras leblonianas

O decano da turma é o Galeto do Leblon, desde 1954 na Rua Dias Ferreira, quando a via entre as avenidas Ataulfo de Paiva e Bartolomeu Mitre nem sonhava em tornar-se o suprassumo da boa mesa do bairro. O restaurante vive cheio de frequentadores tanto no balcão, em torno de uma linguicinha na brasa e um chope gelado, quanto no salão, traçando um galetinho acompanhado de
arroz, fritas, farofa de ovos e molho à campanha.

Logo em frente, veio, quatro anos depois, o La Mole, aberto como sorveteria e pizzaria, em homenagem à torre italiana Mole, em Turim, cidade natal do proprietário Domenico Magliano. Até hoje, a casa arrasta uma clientela fiel, que não abre mão do famosíssimo couvert e do medalhão de filé mignon com arroz à piemontesa, sem falar nas tradicionais massas (fettuccine ao forno, talharim à carbonara, nhoque à bolonhesa), claro.

Quase ao lado, está o Celeiro, que, desde 1982, abriu o caderno de receitas exclusivas de D. Rosa Herz, a anfitriã, aos comensais. Lá, o forte são os pães integrais com grãos, roscas recheadas e a focaccia temperada. E as saladas com ingredientes sempre frescos, como as de abacate com vinagrete picante, abóbora assada ao molho de iogurte e tahine, broto de feijão com tomatinhos e cogumelos e canjiquinha com ervilha torta. De sobremesa, sagu de coco com manga caramelizada e torta de banana flambada.

Em 2010, chegou o estrelado chef francês Claude Troigros e seu CT Boucherie. O bistrô – com mesinhas na calçada, onde sempre têm fila de espera – serve cortes especiais de carnes grelhados, como filé Chateaubriand, baby beef angus e fraldinha, mais polvo ao alho e azeite e peixe do dia. Os molhos são à escolha do freguês (bernaise, bordelaise, mostarda de Dijon e chimichurri) e um rodízio de acompanhamentos (polenta com agrião, arroz maluco, farofa de pano, tomate recheado, risoto de quinoa, batata sauté, entre outros) circula pelo salão. A carta de vinhos, ça va sans dire, é caprichada.

Galera on

E quem curte uma aglomeração mesmo – e bota aglomeração nisso, nas noites leblonianas de segunda a segunda –, acha no Belmonte o destino certeiro. A calçada em frente ao boteco pé limpo fica apinhada de uma galeraça até as duas da matina, em pé com um copo de chope, gin tônica, clericot ou caipivodka de seriguela. A resenha é calibrada com as empadas abertas de camarão, frango ou carne seca e sanduíches de carne assada, pernil e filé mignon. Entre os pratos de resistência, picanha à brasileira, moqueca de dourado, espaguete aos frutos do mar e polvo com arroz de brócolis.

Há ainda, na extensa lista de gostosuras da rua, caçulas como o Sabor das Águas, restaurante a açougue do mar, inaugurado em fins de 2021. De entrada, vinagrete de polvo, lula ou mexilhão, acompanhados de chips de raízes (batata inglesa, baroa e doce), ceviche de peixe curado e manjubinha no fubá. Fazem sucesso, igualmente, os sanduíches Trilha Burguer (com molho tártaro de tomate defumado) e Cava Roll (cavaca grelhada, aioli de sriracha e crispy de alho poró). E, no rol de pratos principais, polvo grelhado com batatas ao murro, arroz de lula e espeto de camarão na brasa.

O Café du Centre também fez seu debut na área mais recentemente, em 2022. Trata-se de uma boa opção para o café da manhã ou lanchinho a qualquer hora. A bebida que leva o nome da casa é um expresso com leite de coco, macadâmia e chantily. E a Dois Amores (chocolate quente cremoso, sorvete de chocolate branco, chocolate duo, morangos e calda de chocolate) acompanha bem o pão de queijo ou a empanada de doce de leite argentino.

 

Rua Dias Ferreira

Leblon