Acervo da instituição remonta a práticas realizadas em 1730
História é o que não falta ao Caminho do Antigo Cais Imperial. Do escoamento, no porto colonial, de pau-brasil rumo à Europa até as férias da Família Real passadas no bairro durante o verão, há registros valiosos de sobra. Sua construção, em 1884, coincide com a inauguração do trajeto Santa Cruz-Sepetiba por meio dos bondes de tração animal da Cia. Ferro Carril – que chegaram a ser utilizados para a organização de piqueniques nas praias locais.
Tombado pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade em 2017, o percurso de cerca de 750 metros de extensão resistiu bravamente às ações do vento e das marés, conservando muito da estrutura original. Ao longo do Caminho, encontram-se diversos pontos de interesse arqueológico, como a remanescência de ocupações sambaquieiras, que atestam a presença indígena na região e, também, a existência de sítio apresentando vestígios cerâmicos pré-históricos, provavelmente de um aldeamento tupi-guarani.
No cais, desembarcava-se o quinto do ouro e saíam vapores até Angra dos Reis, Paraty e Santos. A baía foi palco da batalha naval contra os holandeses e de embates entre corsários, atraídos pelo metal precioso, e soldados de D. João VI. Também deu lugar à tragédia ocorrida na transição do Império para a República: o fuzilamento de marinheiros insurretos na Ilha da Pescaria, durante a revolta da armada. O tour pode se estender a outros locais emblemáticos do entorno, como o primeiro coreto do Rio (antes instalado na Praça XV, em 1903, depois transferido para Sepetiba em 1949), a Igreja de São Pedro, a Ponta do Ipiranga, a Ilha do Tatu e as praias do Recôncavo e do Cardo.
Caminho do Antigo Cais Imperial
Praia de Sepetiba