Joaquina faz a diferença com feijoada e estrogonofe vegetarianos
Nadar em alto mar no Posto Seis, onde nasceu e se criou, pegando “jacaré” sem prancha, circundando o píer do Forte de Copacabana – e sendo invariavelmente expulsa com as amigas de bravura indômita pelos soldados da área –, estavam na ordem do dia da garota Zona Sul por excelência. “A praia era o nosso reino.” Hoje, Joyce reside no alto do Humaitá, com o Pão de Açúcar em frente à janela do seu quarto e o escritório aos pés do Cristo Redentor.
“Quando o corretor sugeriu que víssemos um apartamento no bairro, pensamos que ele estivesse maluco. Para mim e o meu marido, era apenas uma região de passagem, entre Botafogo e Jardim Botânico, prédios e mais prédios, buzinas, trânsito… Como iríamos querer morar num lugar desses? Não imaginávamos que havia locais como o Parque do Martelo, ruas arborizadas e deliciosas, silêncio e tranquilidade.”
A cantora e compositora destaca o fato de estar a dois passos da Lagoa – “Sacopenapan para os entendedores”. E da famosa Cobal do Humaitá, um centro comercial de mais de 10 mil m2, com boxes de produtos hortigranjeiros, peixarias, açougues, supermercado, lanchonetes, cafeterias, lojas de vinho, produtos naturais e decoração, docerias, floriculturas, pet shops e até uma resiliente locadora de vídeos.
Além, claro, de restaurantes para todos os paladares, como o Joaquina, que serve comida bem brasileira, num ambiente que remete aos tempos do Império. Há, inclusive, opções vegetarianas – linha alimentar de Joyce –, a exemplo de feijoada (feijão branco, legumes, cogumelo, palmito de pupunha, arroz integral, couve, laranja e farofa no azeite), estrogonofe (cogumelo, palmito de pupunha, abobrinha, provolone, muçarela de búfala, batata palha e arroz branco ou integral) e moqueca de banana da terra (palmito de pupunha, arroz e farofa de dendê).
Inaugurado em 1971 num terreno antes ocupado por uma garagem de bondes, o primeiro grande sacolão do Rio nasceu como uma alternativa às feiras de rua. Nos anos 90, constituiu uma das raras opções de lazer a céu aberto para os moradores das adjacências. Mas foi na década seguinte que se firmaria no roteiro de boa comida, diversão e arte – são comuns as rodas de samba e choro na área externa – da Zona Sul.
“A Cobal do Humaitá representa uma atração turística de raiz, onde levo os amigos estrangeiros, que ficam embasbacados com a variedade de frutas e legumes, além de acarajé, café, cerveja, para quem é de cerveja, e sorvete, para quem é de sorvete. Bom demais! Desafiada por um amigo jornalista, compus uma música chamada “Humaitá”, para um bairro que ainda não tinha uma canção para chamar de sua: Meu jardim secreto (…) debaixo do braço direito do Redentor…” Precisa dizer mais?
Cobal do Humaitá
Rua Voluntários da Pátria, 446 – Botafogo
Tel.: (21) 2537-0186