Charmeiros seguem os passinhos coreografados no dutão
O bairro acalenta a fama de ser um dos berços do samba, mas, aos sábados, quem dá o tom mesmo por lá é o Baile Charme do Viaduto de Madureira. Inaugurado há mais de três décadas e desde 2013 Patrimônio Imaterial da Cidade, o evento congrega jovens e famílias inteiras ao redor da seleção de passinhos coreografados que são criados sem parar.
O new jack swing, estilo musical reinante no dutão (apelido do viaduto), mistura samples e técnicas de produção do hip hop com o rhythm and blues, ao som de potentes sintetizadores, teclados e caixas percussivas, pilotados por DJs residentes e convidados, que fazem todo mundo dançar como se não houvesse amanhã. Pois charmeiros de raiz comandam o movimento dos passos coordenados, reproduzidos pelo público em geral.
A festança, que agrega cerca de duas mil pessoas no vão central do viaduto, teve origem num grupo de camelôs locais que curtiam discotecagem. No princípio, o evento contou com o apoio do craque DJ Malboro, que emprestou os equipamentos. O também DJ Corello foi quem cunhou a expressão “charme”. Piloto das carrapetas num clube do subúrbio carioca, ele, na parte lenta do set, mandava para a plateia: chegou a hora do charminho, transe seu corpo bem devagarinho. O termo não só pegou como está aí devidamente patrimonializado pela prefeitura.
Baile Charme do Viaduto de Madureira
Viaduto Negrão de Lima – Madureira
viadutomadureira