Turma do funil bate ponto na Zona Portuária

Uma área de cerca de 600 metros quadrados ferve diariamente no sopé do Morro da Conceição, na Zona Portuária. O Largo de São Francisco da Prainha, agora mais conhecido popularmente por Largo da Prainha, vê tremer seu chão de paralelepípedos – que cobriram a areia e o mar após sucessivos aterros no século XIX – ao som de rodas de samba e choro que embalam os frequentadores a partir do cair da tarde.

As mesinhas com garrafas de cerveja e petiscos espalhadas pela calçada dão o tom descontraído desse que foi escolhido um dos lugares mais descolados do mundo pela cosmopolita revista de entretenimentos Time Out. No décor de arquitetura portuguesa, o histórico berço do samba carioca abriga diversos bares e restaurantes instalados nas charmosas casinhas coloridas.

A começar pelo triunvirato composto pelos mais antigos: Angu do Gomes (e seu tradicional carro-chefe, com miúdos de boi, desde 1955), Armazém Zero 4 (armazém de secos e molhados aberto na década de 60 e que hoje serve rabada com batata noisette) e o Bar da Dulce, com os imbatíveis pastéis de carne, rissoles de camarão e caldinho de vaca atolada.

O Circuito das Feijoadas do Largo reúne Bafo da Prainha, Casa Porto e Dois de Fevereiro, cada um com um tipo diferente de feijoada: defumada, vermelha e baiana. Ao lado do Bafo da Prainha – criado em pleno período de confinamento social (março de 2021) e radiante com seu já clássico churrasquinho no tambor de latão – funcionam também, o Axé Mauá (comida baiana), o Da Pedra (coxinhas de frango com quiabo) e o Balbúrdia Burgers (o X Tudo Triplo vem com três hambúrgueres, calabresa, bacon, ovo, queijo, presunto, tomate e alface).

O Largo recebeu seu nome por causa de sua localização, perto da Igreja de São Francisco da Prainha, fundada em 1696, dentro do estilo barroco. No meio da praça, uma estátua homenageia a primeira artista negra a integrar o corpo de balé do Theatro Municipal, Mercedes Baptista, falecida em 2014.

 

Largo da Prainha

Rua Sacadura Cabral – Saúde